O barulhinho da marreta ecoou diferente em Cáceres nesta quinta-feira (04). Era o som do adeus ao “Coqueirinho”, um endereço que, por décadas, foi sinônimo de encontros discretos, risadas escondidas e histórias que nem todo mundo contava, mas quase todo mundo conhecia. O lugar — uma espécie de “motel popular”, acessível e sem firulas — virou lenda urbana, ponto de referência e, agora, saudade demolida.
Mais que um simples estabelecimento, o Coqueirinho foi um personagem da cidade. Ali, entre quartos simples e conversas atravessadas, passaram gerações inteiras. Teve quem se apaixonasse, quem se arrependesse, e quem só risse depois. No grupo “Cáceres de antigamente”, as lembranças pipocaram: “Era barato, sem luxo, mas fez parte da vida de muita gente. O Coqueirinho é história”, comentou um morador.
A queda do Coqueirinho não leva só tijolos e paredes — leva um pedaço da alma popular de Cáceres, onde o riso e a malícia se encontravam sem vergonha. Um retrato de um tempo em que a cidade era mais ingênua, mais viva e, talvez, mais verdadeira. Agora, sobra o vazio do terreno e o cheio das lembranças que ninguém vai apagar.




