Quando uma mulher pública é atacada com áudios de teor sexual, como ocorreu com Janaina Riva (MDB), a questão vai muito além da política. Vai além das disputas partidárias e dos holofotes. Trata-se de dignidade humana — e da coragem de enfrentar o que tantas ainda são obrigadas a engolir em silêncio. Janaina fez o que se espera de quem tem voz: não se calou.
A atitude da deputada expõe um problema estrutural e persistente: a banalização da violência moral e sexual contra mulheres, principalmente quando elas ocupam espaços de poder. Ao denunciar o servidor da Coder, Janaina mostra que o respeito não é negociável, e que a coragem de uma pode abrir caminho para a segurança de muitas. É simbólico, é necessário e é inspirador.
Mais do que uma reação pessoal, a denúncia é um recado direto: quem usa o serviço público para humilhar ou intimidar deve ser responsabilizado. A Coder fez o que era certo ao desligar o servidor, mas o exemplo de Janaina deve ecoar dentro e fora dos gabinetes — porque o medo muda de lado quando a mulher denuncia. E é isso que incomoda quem vive da covardia e da impunidade.




