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A nova pesquisa do IBGE escancara uma realidade incômoda: a diversidade ainda não chegou aos concursos públicos de Mato Grosso. Entre 2022 e 2024, apenas 15 prefeituras reservaram vagas para candidatos negros, e somente quatro adotaram cotas para indígenas. Nenhum município destinou vagas para quilombolas ou ciganos — grupos que seguem invisíveis nas políticas afirmativas do estado.
O estudo também aponta que, apesar de Mato Grosso possuir leis e conselhos voltados para transparência e acesso à informação, a inclusão social não avançou no mesmo ritmo. Para o IBGE, a adoção de cotas é um dos principais indicadores de implementação das políticas de igualdade racial, mas o número reduzido de municípios comprometidos mostra que a agenda ainda é isolada e sem continuidade.
Enquanto o estado investe pesado em tecnologia, centros de dados e modernização administrativa, o mesmo empenho não aparece na composição do quadro funcional. Menos de 1% dos municípios mantêm órgãos dedicados à promoção da igualdade racial, o que dificulta a criação de editais inclusivos e mantém grupos minoritários fora do serviço público. Uma contradição que reforça o quanto inclusão ainda é promessa — e não prática — em Mato Grosso.




